sábado, 24 de setembro de 2011

As setes portas da igualdade - Olodum 2012 Mamapress.

http://www.youtube.com/watch?v=S81A31KwTw8&feature=autoshare

EBC opta por pluralidade religiosa

EBC opta por pluralidade religiosa

Por Venício A. de Lima em 25/03/2011 na edição 634
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Em artigo publicado em agosto de 2010 [neste Observatório] celebrei decisão do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que abrira consulta pública para recolher contribuições de entidades e pessoas físicas sobre a política de produção e distribuição de conteúdos de cunho religioso através de seus veículos.
Ainda hoje a TV Brasil exibe o programa Reencontro, produzido por igreja de orientação evangélica, aos sábados; e os programas A Santa Missa e Palavras de Vida, de orientação católica, aos domingos. Já a Rádio Nacional de Brasília transmite aos domingos celebração de missa de orientação católica. Esses programas são originários das emissoras que foram absorvidas pela EBC após a sua criação e a regulamentação do Sistema Público de Comunicação pela Lei nº 11.652/2008.
Uma reclamação de telespectadores enviada à Ouvidoria da EBC provocou, à época, um parecer da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente do Conselho Curador que afirmava:
"Parece-nos impróprio que os veículos públicos de difusão concedam espaços para o proselitismo de religiões particulares, como acontece atualmente com os programas que vão ao ar na TV Brasil aos sábados e domingos, dedicados à difusão de rituais ou de proselitismo que favorecem a religião católica e a segmentos de outras religiões cristãs. Tendo-se em vista o caráter plural do ‘mapa religioso’ brasileiro (...) trata-se de um injustificado tratamento a religiões particulares, por mais importantes que sejam, por maior respeito que mereçam. Em tese, tais tratamentos, atualmente vigentes, só seriam corrigíveis, e atenuadas, se todos os cultos e religiões recebessem espaços equivalentes o que seria, obviamente, inviável."
Diante desse parecer, a Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente sugeriu a substituição dos atuais programas por outros sobre o fenômeno da religiosidade no Brasil, "de um ponto de vista plural, assegurada a participação a todas as confissões religiosas".
EBC sai na frente
Depois de oito meses de discussões e após a realização da Consulta Pública nº 02/2010, entre 04 de agosto e 19 de outubro de 2010, o Conselho Curador da EBC aprovou, em sua reunião de terça-feira (22/3), resolução das Câmaras de Educação e Cidadania e Direitos Humanos que determina a suspensão dos programas religiosos da grade de programação da empresa.
O tempo dos programas é de cerca de 2h45 na grade de programação da TV Brasil sem incluir as missas retransmitidas pelas emissoras de rádio da EBC. Os responsáveis terão ainda seis meses para retirar a programação do ar.
O próximo passo será dado pela diretoria executiva da EBC que apresentará ao Conselho Curador uma proposta de formato de faixa religiosa com produções que irão valorizar a diversidade e a pluralidade das manifestações religiosas em nosso país.
Estado laico
A decisão pioneira e exemplar da EBC toca em questões que obrigatoriamente deverão ser enfrentados pelo esperado marco regulatório das comunicações. Em artigo publicado no Brasil de Fato nº 416, João Brant, coordenador do Intervozes, lembra algumas dessas questões:
1. manifestações religiosas devem ou não ser permitidas em veículos de comunicação que são concessões públicas, como rádio e TV?
2. se sim, deve ser permitido também o proselitismo religioso, ou seja, a prática de tentar "vender seu peixe" e conquistar fiéis?
3. como esse tipo de manifestação ajuda ou afeta a liberdade de crença – que é maior do que a liberdade religiosa e inclui até o direito de não se ter religião?
4. como garantir às distintas manifestações de fé o mesmo direito, já que não chegam a 2% as denominações religiosas presentes no Brasil que têm espaço em meios de comunicação?
5. deve-se impedir que esses espaços sejam usados para ataques a outras religiões, como os que sofrem as denominações de matriz africana?
6. deve-se permitir canais inteiramente controlados por grupos religiosos, o que é proibido na maioria das democracias?
7. Deve-se permitir o arrendamento de espaço – ou mesmo de canais inteiros – no rádio e na TV ou essa prática configura uma verdadeira grilagem eletrônica, pela apropriação privada de um espaço público?
Exemplo a ser seguido
Enquanto o marco regulatório das comunicações não vem, a decisão da EBC de formular uma "política de produção e distribuição de conteúdos de cunho religioso", certamente passará a significar um momento de inflexão não só na TV Pública, mas na televisão brasileira em geral.
Somos um Estado laico e a EBC, sendo uma empresa pública de comunicação, deve se transformar não só em referência de qualidade, mas também de cumprimento dos preceitos constitucionais para os outros sistemas de "radiodifusão sonora e de sons e imagens" previstos na Constituição.

Bloco Afro Olodum Dia 09 de outubro de 2011. Ensaio largo Pedro Arcanjo 17h.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Presidente do Olodum diz que baianos estão isolados do mundo, e que Salvador vai ficando para trás em relação a outras cidades mundiais

TERÇA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO DE 2011

Presidente do Olodum diz que baianos estão isolados do mundo, e que Salvador vai ficando para trás em relação a outras cidades mundiais

 Em entrevista exclusiva ao BJÁ o presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, comentou que Salvador está embevecida com a Copa 2014, mas, em termos de pensamento e modernidade  não acompanha os passos do que acontece no planeta. "Nós, baianos, de uma forma geral estamos muito isolados do mundo e alguns ainda continuam com os paradigmas conceituais anteriores à queda do muro de Berlim, em 1989".


  Entende o presidente do Olodum que esse "ufanismo da terra da felicidade é um mito" que necessita ser repensado ainda que, tem sentido como reforço à auto-estima da população, "uma espécie de passaporte". Destaca, no entanto, que o furo é bem mais embaixo, há uma necessidade de afirmar-se Salvador e a Bahia como locais que trabalham a igualdade, e a questão posta no conceito universal não é ser baiano ou gaúcho, mas, "ser cidadãos do mundo".
Marca criada pelo publicitário
João Silva ganhou o mundo
E a baianada, na concepção de João Jorge, está gastando energia sem a devida contrapartida, Salvador vai ficando para trás em relação a outras cidades mundiais, há uma apatia nos debates, alguns conceitos estão repetitivos e desgastados, como a pregação apenas contra o racismo, mas, ainda assim, sente-se otimista. Admite que existe um grupo suprapartidário que debate e pratica a igualdade, "que é um conceito mais amplo e que abrange todos os valores da sociedade".

  Trata-se de um trabalho longo, demorado, e que só deverá dar os primeiros frutos mais objetivos a partir de 2015. "Nós estamos adotando os modelos da África do Sul, Angola e Moçambique de praticar  política em prol da igualdade com a sociedade funcionando. Foi assim que Nelson Mandela acabou o "apartheid" e seguiu com a África do Sul operando, integrando o que já tinha e ampliando suas ações, e, hoje, é um país emergente desenvolvido, e não mais isolado do mundo".

   Filiado ao PSB  e com projeção organizada de ser candidato a prefeito de Salvador, não em 2012 porque seu projeto está sendo planejado a médio-prazo e a senadora Lídice da Mata e o deputado capitão Tadeu, hoje, se situam à sua frente, admite que organiza esse projeto e vê chances de sucesso pois a população de Salvador merece ouvir a voz de uma representação negro-mestiça na gestão da cidade.

Sem entrar no mérito das questões partidárias próprias, até situando que o Olodum tem uma posição de independência em relação a partidos políticos, vê a posição do PCdoB em lançar Alice Portugal pré-candidata a prefeita de Salvador como esdrúxula. "O nome mais apropriado seria da vereadora Olivia Santana, mais próxima da população de Salvador, assim como no PT deveria ser o deputado Luis Alberto", assim os partidos estariam expressando as demandas da população comenta. 

João Jorge tem uma visão bastante objetiva sobre Salvador , uma cidade que está sem diretriz programática, sem eixo, sem um projeto, acontecendo uma coisa aqui; outra acolá e assim por diante. Um bom exemplo disto é Salvador é "O único lugar no mundo onde se coloca placas de propaganda nas ruas do administrador municipal falando em banho de luz e banho de asfalto, obrigações básicas de qualquer gestão". 

  Presidente do Olodum há anos  diz ao BJÁ, com orgulho, que o grupo cultural que dirige é o maior fenômeno brasileiro no exterior depois de Gilberto Gil.  Cita como exemplos a dinâmica do seu grupo:

Já realizou excursões por 37 países, participou de  4 Copas do Mundo incluindo as aberturas da Copa da África do Sul, em Johannesburgo e Durban, em 2010. Além disso, contabiliza o feito histórico de trazer o maior ídolo pop mundial a Bahia, Michael Jackson, o qual incorporou a marca do Olodum em seu "cliping" visto por milhões de pessoas em todo mundo, no cenário Salvador.

Ainda assim, e com  escola Olodum onde oficinas permanentes são ministradas a 360 crianças e adolescentes sente falta de apoio ao Olodum, de empresas e do governo, e luta para que uma praça sub-utilizada no adro do estacionamento do Pelourinho seja incorporada ao projeto Olodum, o que ajudaria e muito a movimentar o Pelô. JJ diz que à hora não é de queixas e sim de ações. E que não vai ficar a vida toda reclamando porque as condições dos negros na Bahia, na atualidade, são melhores do que no passado melhoria conseguida com a luta por igualdade.

Nada relacionado especificamente a este ou aquele governo, mas, dentro de um processo que vem sendo conquistado com muita luta, as cotas nas universidades, a ocupação de espaços públicos com heróis negros locais, a afirmação da consciência plural e assim por diante.

VEJA ALGUNS PONTOS DO PENSAMENTO
DO PRESIDENTE DO OLODUM

Sobre o Pelourinho: 

- Virou um gueto. Estamos isolados. Meu pai quando morava na Rua do Bispo ia a Chile e aos outros locais andando vestido de paletó e gravata e tinha uma relação de convivência com as pessoas no bairro e na cidade. Hoje, só quem freqüenta o Pelourinho somos nós mesmos e os turistas. Há um isolamento do Pelourinho com o resto da cidade.

Sobre a violência: 

É assustadora, reflete o modelo de dominação desde 1549. Vi  a mobilização de parte da sociedade porque um músico foi baleado. Mas, no último final de semana foram assassinadas 22 pessoas e ninguém fez nada. Há uma submissão à cultura da violência, ha uma naturalização da violência como se esta fosse normal e necessária.

Sobre a falta de recursos às entidades negras: 

- Eu, Vovô (diretor do Ilê Aiyê) vivemos eternamente saltando obstáculos. não somos nós que temos que explicar por que não há recursos para a cultura afro e sim as empresas, a sociedade, vejam estes exemplos: Os Correios tem 114 projetos de apoio no Brasil em 2011 e só um para negros. O Banco do Brasil apoiou Claudia Leitte e Daniela Mercury no Carnaval 2011. Não trabalham com blocos afros. A Ford instaada na Bahia apóia o bloco Camaleão há dez anos. A questão é qual os direitos dos consumidores afrodescendentes? maioria dos consumidores de tudo em Salvador e na Bahia? Palitos, absorventes, carros, cervejas, imóveis,celular, geladeiras,tvs, são comprados apenas pela minoria da população? Os consumidores afrodescendentes além de serem os grandes consumidores do Estado e da capital também tem o direito de ter apoio destas empresas na cultura, na educação. 

Sobre a derrubada das barracas de praias sem alternativas às pessoas: 

- Foi uma tragédia para a cidade, para o turismo, para a cultura do lazer, para o social, algo que só se ver na Bahia.Um dos resultados Muita gente está mirando ou migrou para o tráfico de drogas e a violência na cidade explodiu.

Sobre os heróis da Revolta dos Búzios: 

- São poucos reconhecidos em Salvador, na Bahia e no Brasil, agora com o reconhecimento  federal teremos uma segunda etapa que é divulgar nas escolas municipais e estaduais e na Bahia inteira junto com os governos.  A Bahia reconhece facil heríóis e perosnagens de fora daqui agora é hora dos jovens heróis da Revolta dos Búzios, ex o bairro do Beiru virou Tancredo Neves (!) e a PM baiana tem como patrono Tiradentes quando deveria ser Luis Gonzaga das Virgens. Isto tem que mudar. 

Sobre a Bahia e o mundo negro: 

- Estamos muito atrasados em relação aos Estados Unidos e a África do Sul. Não temos uma classe média negra na Bahia e isso é fundamental para a luta contra o racismo. Martinh Luther King era classe média nos EUA lá atrás, anos 1960. idem Nelson Mandela na África do Sul e lideres de Angola, Guiné Bissau, Senegal,TanzâniaDepois de 50 anos é que a Bahia instalou um novo curso de medicina. No Brasil faltam lideres negros com visão de estadista, com uma visão mais ampla.

Sobre os partidos políticos e os negros: 

- Nós operamos mais nos chamados partidos de esquerda e ainda somos excluídos. Não consegui ser candidato a senador no PV e avisei a Marina Silva que o PV não tem projeto algum e iria usar ela como usou. Quando aconteceu sua saída liguei para ela para comentar. Os partidos têm que entender a nossa representatividade. O PT prefere colocar Pelegrino para prefeito de Salvador quando tem Valmir Assunção e Luis Alberto. O PCdoB coloca Alice Portugal quando tem Olivia Santana. Obama operou bem dentro do Democrata e foi acolhido. Mandela organizou um partido com diferentes pessoas e tem o comando. 

Sobre a candidatura de Mário Kértész a prefeito, em 2012: 

- É um candidato velho com o sentido de novo. Velho na expressão da palavra porque já foi prefeito, mas, tem sentido novo agora pois pode trazer idéias para a cidade.

Sobre a candidatura de Lídice da Mata a prefeito, em 2012: 

- Vejo Lídice forte como candidata a governadora da Bahia, em 2014, para fechar um ciclo positivo: deputada, primeira prefeita da capital, primeira senadora da Bahia e primeira governadora da Bahia. Será um passo da Bahia para a modernidade democrática.A preocupação do PSB, vejo assim, é fazer vereadores na capital e no interior.

Um projeto para Salvador: 

- Não existe atualmente. Qual o eixo da cidade do Salvador! Seria a cultura e o turismo? mas, é preciso organizar esses pontos, o Rio Vermelho, Pelourinho, Liberdade. tem grande potenciais para serem incones locais e internacionais O Rio de Janeiro que, tem mais violência do ponto de vista clássico, conseguiu fazer isso com a Lapa e sua  boêmia e nós não conseguimos nada com este potencial que todos identificam.

Sobre o papel da Câmara de Salvador: 

-Não tem voz. É estanque. Trabalha no varejo. com rara  exceções com os vereadores afrodescendentes atuantes em torno de quatro ou cinco.Agora, todo mundo só fala na mobilidade urbana. Outro dia você escreveu um artigo bom no BJÁ falando nisso. Ninguém fala mais no drama dos barraqueiros das praias da cidade. O pessoal  tá migrando para o tráfego. Ninguém fala mais na Rocinha do Pelourinho. O Harlem, em NY, tem piscina pública há mais de 70 anos. Temos pouquíssimas áreas de convivência na cidade, áreas de multiuso. Fala-se que vão reformar o São Miguel há anos. As questões da cidadania, pra valer, são pouco analisadas pela Câmara.

Sobre Salvador: 

- Sou otimista com o lugar que vivo. Estamos organizados com grupo de pessoas focadas na igualdade, um bem importante tanto quanto a liberdade e muito desconhecido de todos nós. Como lidar com isso: com a liberdade religiosa, com acesso à educação e assim por diante. Creio que a partir de 2015 esse trabalho começa a emergir com mais força.

Sobre as discussões em torno do Carnaval que só duram 15 após a festa: - 
São 55 interesses conflitantes e 8 deles consolidados. Daí que não acontece nada. Mesmo decadente em alguns lugares para alguns é melhor ficar como está, ainda que esse modelo seja de Os Internacionais, do século passado. Mas, avançamos em alguns pontos  e agora queremos desfilar na sexta feira, à tarde.

Sobre os camarotes no Carnaval: 

- Não podemos ser contra os camarotes apenas e simplesmente . O que tem que haver é uma integração e não exclusão.

Sobre o  Carnaval em si: 

- Minha preocupação é não matar a galinha de ouro. Não adianta a gente ficar querer copiar ninguém. Nós temos nossa própria identidade.

Sobre o discurso freqüente do racismo: 

- Esse discurso está desgastado, superado. ainda é necessário para alguns, com as mudanças no mundo moderno, precisa se associar a luta por igualdade para não cair no desuso, há uma geração inteira de brasileiros pós denuncia do movimento negro do racismo cordial e temos que avançar. Nosso discurso atual é da luta por igualdade de oportunidades que envolve conceito mais amplo, mais abrangente. Nosso modelo inspirador é o de Mandela, de integração, de liberdade para todos.


Fonte: www.bahiaja.com.br 


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Sol da meia noite.. Para todos e todas...

Os filhos do sol nascente - Por Joao Jorge 1990

OS FILHOS DO SOL NASCENTE
Vim pelas praias, navegando ao sabor dos ventos, e das calmarias, quando vi sinais de terra a vista e “descobri” um  porto seguro. Homens e mulheres Tupi/Caraíbas/Iês vieram nos receber com flores e presentes demo-lhes tiros, morte e tragédia, ainda assim não satisfeito fui a África homens e mulheres que transformei em escravos e negros, para junto com “irmãos” degredados do último reino de um continente inculto chamado de Europa, construir uma nação chamada Brasil.
Aqui cresci, virei carurú, vatapá, efó, aprendi a colher o cacau, e a viver na rede, a jogar bola, a cantar e a sorrir, a fazer rebeliões: Quilombos, búzios, Malês, Maias, Astecas, incas, parcelas amerindas de uma mesma história, Tupinambás, Gês, Guaranis.
lutando contra a força das armas, com amor a terra, ao sol, a natureza águas do rio correndo para o mar, águas do mar correndo para virar as nuvens, que quando transformam-se em águas que molham a terra, como se fora um ciclo do Sol, das Águas, formando homens e mulheres Yeme ou mãe das águas, Yemanjá que frutificou muitos filhos (Orixá) que espalharam-se pelo mundo através dos oceanos.
O Sol estrela de quinta grandeza parte da via láctea, símbolo masculino da criação, acasalou-se com a terra símbolo feminino da criação, é antecipado pela noite com as estrelas brilhando como pequenos pontos no infinito. O Oceano é a minha morada, eterno túmulo de heróis, de memoráveis batalhas travadas pela liberdade, de um lado escravocratas, de outro lado pessoas em fuga contra o cativeiro, jogando-se ao mar dos navios tumbeiros, que infestavam a costa da Bahia para trazer a sua carga humana, filhos D’África para construir uma nação que jamais partilhamos.
Assim sendo, eu sou o início, eu sou o meio, eu sou o fim, sou o Alfha, o Beta, sou o Omega, e renascerei sempre que o mar devolver meu corpo, minhas cinzas, para vocês das ruas pensarem e devorar.
Mas eu voltarei, como se fora uma onda, um dilúvio, um vendaval, um furacão, e arrancarei dos teus corações toda a maldade do mundo, e levarei a sua natureza com o bom humor dos tupinambás, e semearei o verde da mata Atlântica no coração da esperança, símbolo do que eu acredito. Voltarei quantas vezes necessárias, como Osíris, como Ísis, como Akaenatom, como Tutancamom, como Ranavalona, como Antônio conselheiro, como lampião, como Tupamrc, como Che Guevara, como Montezuma, como Marcus Garvey, como Kwame N’Krumanh, como Bob Marley, como Almir Cabral, como Samora Marchel, como Agostinho Neto, homens e mulheres do Mar, da liberdade, da luta, por tudo isto é que: Eles não passaram - a vitória é certa - a luta continua.
João Jorge - 11.500 anos depois da submersão da Atlântida, em um dia de 1990.

Terca do Olodum Vem ai.. Pelourinho Salvador Bahia Brasil.

OLODUM, OLODUM, OLODUM - Poesia 1990 por Joao Jorge

OLODUM, OLODUM, OLODUM
 É FOI MUITO BOM
ESTAR COM VOCÊ, SENTIR VOCÊ
NO MUNDO DE 1990
APLAUSOS, EMOÇÕES, A GARRA.
A AVENTURA, A POLÊMICA, O GRITO DAS CRIANÇAS
O CANTO PODEROSO
DO FLAGELO DIVINO OLODUM
ATRAVESSOU OS SETE MARES
AGITANDO O MAR DA HISTÓRIA
E SOLTANDO NO AR PALAVRAS
DO PROFETA, SOBRE A PAZ
CONVERTENDO MILHÕES
COM IDEAIS DA NEGRA COR
A BAHIA, TERRA DO MAR,
MULHER COBIÇADA POR HOMENS
E MULHERES DO MUNDO,
PROFANA, SACRA, MÍSTICA,
DA REVOLTA DOS ESCRAVOS
ASSISTE HOJE A AVE FENIX
QUE É O OLODUM, RENASCER, 
COM ASAS DA LIBERDADE
ABERTAS SOBRE O SOL, 
SENHOR DA VIDA, DA LUZ,
PARA GERMINAR NOVOS FILHOS
PARA QUE A CULTURA
SEJA ETERNA, COM O AMOR
COM A ESPERANÇA, E A PAZ.
EM 1991, SEREMOS FELIZES
EU, VOCÊ, O MAR, A TERRA.
ASSIM ESTÁ ESCRITO, 
POIS O MAR É O CAMINHO
DE JESUS, DE SHIVA, DE ALÁ
DE OLODUMARÉ
SALAMALEIKUM ODOYÁ.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Torcida Brasil Olodum 2014.


O Bloco Olodum desde 1990 vem organizando uma torcida em Salvador pela seleção brasileira de futebol, acompanhamos a seleção brasileira, fizemos um show para a FIFA em Lausane na Suíça por ocasião dos 90 anos da entidade máxima do futebol mundial, em 1994, com a Banda Olodum nos  Estados Unidos, em 1998 na França,  em 2002  na Coréia do Sul. Em 2006 na Alemanha, convidados pela FIFA para o show de abertura em Berlim no Portão de Braderburg junto com Pelé e outros campeões do mundo
Em 20202 na Copa do Mundo da Coréia e Japão a Torcida Brasil Olodum, tornou se noticia nacional e internacional. a festa da torcida Brasil Olodum, foi no Pelourinho, na ocasião comandamos uma grande torcida brasileira pelo titulo mundial  transmitido pela TV Globo e por Galvão Bueno como a torcida pé quente da conquista do Pentacampeonato de futebol.
Em 2006, a partir de maio realizamos os eventos da Torcida Brasil Olodum na Praça Pedro Arcanjo e no Largo do Pelourinho, aos domingos em maio e junho nos dias de jogo do Brasil, para um público de mais de 10.000 pessoas. Na Alemanha, a Banda Olodum fez o show de abertura da Copa do Mundo no portão de Branderburg para mais de 400 mil pessoas e transmitido para todo o mundo.
Em 2009, a Escola Olodum recebeu a delegação da FIFA no aeroporto de Salvador que veio visitar as instalações do estádio de Pituaçu, sendo que Salvador foi uma das cidades sedes escolhidas para a Copa do Mundo de 2014. No dia do anuncio da escolha das cidades sedes de 2014 pela FIFA, A Banda Olodum fez um show no Pelourinho para comemorar com uma grande festa da torcida Brasil Olodum. E no carnaval de 2010, O Bloco Olodum homenageou o futebol através do Tema Índia, Brasil, África do Sul – A terceira visão, com ênfase nas duas próximas copas do Mundo, 2010 e 2014.

Torcida Brasil Olodum 2014

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Domingos Musicais - Ensaios populares do Bloco Afro OLODUM para o carnaval 2012.

Domingos Musicais - Ensaios populares do Bloco Afro OLODUM para o carnaval 2012.
Realizados no Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho), aos domingos, o Bloco Afro Olodum esquenta a sua percussão para o carnaval, que no próximo ano desfila com o tema: O VALE DOS REIS AS SETE PORTAS DA ENERGIA.

Este evento tem um preço popular, e clientela diferenciada, dentre elas recebemos visitas de estudantes, pesquisadores, turistas, soteropolitanos, artistas, integrantes do movimento negro etc.  É um importante veículo de comunicação social, pois os ensaios também promovem a valorização da auto-estima e o despertar do orgulho da comunidade negra, campanhas contra todas as formas de violência e a favor de políticas públicas para os afros descendentes e a descoberta de novos talentos afro baianos, revelando-os e às suas composições, para toda a Bahia e o Brasil; além disso é um evento que possibilita para diversas pessoas comerciantes do local a venda de alimentos e bebidas, o que lhes garante, e às suas famílias, renda e sustento.
Neste domingo, dia 18 DE SETEMBRO, das 17 às 21h00, realizaremos mais um Ensaio especial do Bloco para o carnaval, alusivo a PRIMAVERA DOS POVOS AFRICANOS: A Primavera dos povos africanos é uma celebração em homenagem aos países e personagens africanos durante o mês de setembro, relacionados com a estação da Primavera, abaixo da linha do Equador. Importantes personalidades da luta africana de libertação em, Angola, Cabo Verde, Guine, África do Sul,Tanzânia nasceram ou morreram no mês de setembro.
Com a celebração da Primavera dos povos africanos, também destacamos nosso amor e paixão pela natureza, já que a origem do nome Olodumaré em muitas religiões tem haver com a Rosa, o nome da Rosa, e  tantas canções do Olodum que falam das flores, como Girassol, e da primavera, como uma estação de liberdade e da igualdade.
Esperamos por você nesta confraternização universal ao som dos TAMBORES da BANDA PERCUSSIVA DO PLANETA.

O QUE: ENSAIO DO BLOCO AFRO OLODUM   
QUANDO: DIA 18 DE SETEMBRO DE 2011(DOMINGO)
HORÁRIO: 17h00 ÀS 21H00
LOCAL: PÇA PEDRO ARCANJO (PELOURINHO)
INFORMAÇÕES:   71. 3321-5010/ 8763-3169

INGRESSOS A VENDA NA LOJA DO OLODUM.


Assita materia do Bahia Revista no G1: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1561314-7823-ENSAIO+DE+INVERNO+DO+OLODUM+ANIMA+BAIANOS+E+TURISTAS+NO+PELOURINHO,00.html

Miss Universo promete trabalhar pela África e diz não temer racismo

Miss Universo promete trabalhar pela África e diz não temer racismo

13/09/2011 - 02h55
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DA EFE
A nova Miss Universo, a angolana Leila Lopes, afirmou já na madrugada desta terça-feira em São Paulo que quer trabalhar pelos necessitados da África e assegura que não teme ser vítima do racismo pelo fato de ser negra.
"Penso em trabalhar pelo meu continente. Como Miss Angola trabalhava com programas em favor das crianças desamparadas, de pessoas com aids e idosos", manifestou Leila na primeira entrevista coletiva que deu como soberana.
Leila, de 25 anos e 1,79 m de altura, foi eleita Miss Universo na noite desta segunda-feira, em cerimônia realizada em São Paulo.
Paulo Whitaker/Reuters
Miss Angola Leila Lopes recebe a coroa de Miss Universo 2011 das mãos da mexicana Ximena Navarrete
Miss Angola Leila Lopes recebe a coroa de Miss Universo 2011 das mãos da mexicana Ximena Navarrete
Leila, que se definiu como uma pessoa "muito tímida", chorou ao lembrar as mensagens de apoio que recebeu através do Facebook nos últimos dias e contou que desde menina sempre lhe disseram que tinha porte de rainha.
Leila agradeceu a todas as pessoas que acreditaram nela, em especial à primeira-dama de seu país, Ana Paula Lemos dos Santos, e disse que o reinado que acaba de ganhar dará a ela "a oportunidade de mostrar ao mundo o que Angola faz".
A jovem expressou sua admiração pelo Brasil, anfitrião da 60ª edição do Miss Universo, e disse que desde menina esteve em "contato" com o país "através das telenovelas".