domingo, 29 de janeiro de 2017

Uma Literatura Faraônica. Olodum

Uma Literatura Faraônica
A música do Olodum - Uma Estrada da Paixão

A música do Olodum tem um importante valor histórico. É a música das ruas, do carnaval, da cultura e da luta contra o racismo, nascida no Pelourinho, cenário natural da aventura musical do Olodum. Uma musica de um mundo com profundas mudanças, um mundo imerso em ninharias, guerras e tragédias. 
É neste universo que a música do Olodum celebra aniversário dos 30 anos da gestação de ritmo samba - reggae e da cultura da liberdade com anseios de promover a paz e o desenvolvimento de uma mentalidade da diversidade humana através da reeducação dos símbolos e mitos.   

A música do Olodum é patrimônio imaterial dos moradores de Salvador, dos baianos, dos brasileiros e das pessoas no mundo inteiro que compartilham com nossas antigas e novas idéias de revolução com prazer, de apego a não violência, e do carinho com a matriz africana das civilizações. 

Coerente com a luta social e política dos afro-brasileiros na luta contra o racismo. A musica do Olodum busca um retorno à juventude e encontro de gerações. Porém é no discurso social e político que a arte do Olodum realiza  é uma ação inovadora. A música do Olodum tem a batida negra perfeita, o refinamento da África, o sabor do mar de Yemanjá, e a incrível história do continente original a África, a partir do Egito antigo, a partir do casal solar, o senhor Akhaenaton, e a senhora Nefertiti (a bela que chegou). 

Anunciadora dos novos tempos, porta-voz de um movimento da cidadania negra, urbana, e futurística baseada nos rituais da tradição dos candomblés, da Capoeira, dos Quilombos, de Bob Marley, de Mandela, de Malcom X, de Maomé, de Buda, de Shiva, de Jesus.

A poderosa música do Olodum é acima de tudo a música dos Yorubás dos Ibos, dos Gêges, dos Ijexás, dos Kibundos, dos Umbundos, dos Macuas, dos Ashantis, negros africanos que vieram do golfo da Guiné, da costa dos escravos , e da baia de Luanda (Angola) em tamanha quantidade que fizeram de Salvador da Bahia, a Roma Negra a terra dos Gladiadores da Negritude. E também a música do fenômeno religioso chamado por todo o povo de "Olodumaré", o nome de Deus, em yorubá, o nome da Rosa, a explosão que criou o mundo, e fez os homens e as mulheres, criou a terra o mar, o sol, e a lua, separou a noite do dia, Gueb e Nut, e deu-nos a capacidade de pensar, sonhar, e fazer músicas. 
 Um importante instrumento da memória de nosso povo e da educação contra o racismo e pela igualdade, desejamos que as músicas que fazem parte deste literatura musical sejam eternas, como eternas têm sido as pirâmides, eterna tem sido a cidade de Oyó, eterna tem sido a cidade de Ifé, eterno tem sido o rio Nilo,  eterno tem o Kilimanjaro, eterno tem sido o deserto do Saara, eterna tem sido a luta dos homens por justiça.

O som do Olodum é também para ser escutado e dançado através dos novos hits, e as históricas musicas do protesto político, como as musicas " Lutar é preciso, Faraó, Protesto do Olodum, Madagascar Olodum", e assim quando os nossos corpos não mais estiverem por aqui, o som da igualdade estará em nossos filhos e netos, assim como, os Quilombos do Palmares, a Revolta do Búzios, a Revolta dos Malês, a saga anti–apartheid sobrevivam, e assim como Horus e o seu pai, Osiris, o renascido, voltem muitas vezes para o nosso povo.

Desta forma através das letras e da melodia destas músicas, está escrito assim um importante capitulo desta negritude vitoriosa,  literatura consciente que ao longo de trinta e sete anos, deu ao povo negro as vitórias simbólicas que precisávamos, para ir em busca do sol, das estrelas e do mar e de Deus. O Olodum tornou-se um movimento negro que tem idéias, conceitos, com a literatura Faraónica da poesia e das musicas e que vai à luta para vencer, brilhar, e ser feliz como as estrelas Sirius A e B e  constelação de Orion.

S.O.F





Literatura Faraônica.

Foi subindo o Pelourinho
Que um dia ouvi um som, 
Que me falava com clareza
Dos tesouros de Tutankamon

Hoje lendário como um trovão
Acende estrelas que se apagaram
A sua chama queima mais forte 
Guerreiro fogo Deus do Pelô ô ô..

Ithamar  Tropicalia.
Wellington E. Negra.
Romilson  JKI

JOÃO JORGE


Presidente do Olodum

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quando no Egito... Gizé