terça-feira, 8 de novembro de 2016

1798.. A Revolta dos Búzios. Dia nacional da igualdade.



Um dia na História do Brasil.
Uma data nacional da luta pela igualdade.
Nossa história.
A Revolta dos Búzios 1798.
A Execução
8 de novembro de 1799.

Nossa História de luta pela igualdade no Brasil. Num dia como hoje algo importante aconteceu.O Martírio dos primeiros heróis nacionais nascidos da Bahia.

Os seus símbolos, as suas bandeiras, devem ser lembradas saudadas e celebradas.A previsão das autoridades que os condenaram é que eles deveriam ser infames para sempre, esquecidos e a sua luta por Igualdade, liberdade jamais voltar acontecer.

Eis que que como por encanto no Maciel Pelourinho nos mesmos lugar em que os primeiros avisos clamando a revolução apareceram, o povo descendente dos heróis volta ao local e cria a cultura da igualdade sempre. O Olodum é um exemplo desta continuidade espiritual da Revolta dos Búzios e temos muito orgulho da luta que travamos para que eles se tornassem heróis do Brasil em 2011.

O final de suas vidas está registradas na história, nos densos e volumosos registros dos “Autos da Devassa I e II”, ficou o detalhamento macabro do destino dos restos mortais dos quatro réus:

Para Lucas Dantas:

Depois de [morto] será separada a cabeça, e o corpo [....] feitos em quartos, sendo conduzida a [cabeça] ao sítio mais descoberto e público do Campo do Desterro e pregada em um poste levantado até que o tempo a consuma, e da mesma sorte os quatro quartos, ficando em distâncias proporcionais desde a casa, que foi de sua habitação até o dito sítio, por ser o próprio destinado para o infame, e sedicioso ajuntamento da noite de 25 de agosto. (AUTOS..., 1998, p. 1145)

Para João de Deus:

Será igualmente posta a cabeça do réu João de Deus, defronte da casa que lhe servia de morada, e os quartos nos cais de maior frequência e comércio desta Cidade até que uns, e outros sejam consumidos pelo tempo para ser assim patente a todos, a enormidade de seu delito e a correspondente punição. (Ibidem, p. 1145)

Para Manuel Faustino:

“A cabeça do réu Manuel Faustino, por não ter habitação certa se porá defronte da casa do primeiro réu Lucas Dantas, onde fazia a sua maior assistência e esperou os convidados na referida noite de 25 de agosto, encaminhando-os para o Campo do Dique”. (Ibidem, p. 1145)

Para Luiz Gonzaga:

Condenado sob acusação de ter escrito os “papéis revolucionários”, seu esquartejamento teve simbolicamente outro fim: “sendo-lhe depois de morto decepadas as mão e Cortada a Cabeça, as quais ficaram postadas no lugar da execução até que o tempo os consuma”. (Ibidem, p. 165)

A justiça real determinou que os pedaços de todos os corpos ficassem expostos até que “sejam consumidos pelo tempo”. No entanto, alguns dias depois, o Provedor da Saúde da cidade e o médico e cirurgião do Senado solicitaram a retirada, com o argumento de que o mau cheiro emanado causava “gravíssimo prejuízo aos moradores” da cidade. Em meados de novembro, o que sobrava dos restos mortais dos quatro mártires foi retirado dos postes públicos. Mas, com a resolução final do Tribunal da Relação, a violência que se abatia sobre os quatro conjurados pardos, ainda teria outro cruel complemento:

Outrossim, declaram que as casas dos dois primeiros réus, sendo próprias serão arrasadas, e salgadas para que nunca mais ai se edifique, levantando um padrão [marco de pedra], em que se conserve a lembrança da sua infâmia: igualmente os condenam na confiscação de todos os seus bens para o Fisco e Câmera Real, e os julgam incursos no crime de lesa-majestade de primeira cabeça, e por isso infames para a sempre a sua memória, seus filhos e netos. (Ibidem, p.1145, grifos nossos).

O impiedoso ritual das punições, com humilhantes açoites públicos e a expressão máxima da morte na forca com esquartejamento, demonstrava claramente que qualquer gesto de contestação à Coroa Portuguesa não seria admitido na Colônia. Ao sentenciar que as casas dos réus condenados fossem “arrasadas e salgadas para que nunca mais aí se edifique” e que sejam “infames para sempre a sua memória, seus filhos e netos”, o reino de Portugal buscava fazer com que a memória dos revoltosos de 1798 fosse apagada para sempre, dando uma demonstração de força em resposta à ousadia desafiadora e libertária que havia surgido na Bahia.

Há 217 anos estas pessoas que viveram entre nós esperam que a comunidade negra tenha coragem de cita los e honrar o que fizeram para sempre.

Jovens mortos por um ideal. A Revolta dos Búzios 1798 .

O Elo entre todos nós.

Axé.

Fonte:

Calendário 1798 Revolta dos Búzios.- Portifolium.

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