terça-feira, 23 de dezembro de 2014
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
O Benin - a vitória contra a escravidão. Bj João Jorge 2009
O Benin - a vitória contra a escravidão.
João Jorge Advogado, Mestre em Direito Público, Presidente do Olodum.
Em 1986, na minha primeira viagem internacional fui ao Benin, a África mítica, era a tão sonhada a volta para casa, de um jovem militante pan africanista, revolucionário, sonhador, na gestão do Prefeito de Salvador Mário Kerstez por inspiração de Roberto Pinho e Pierre Verger, uma delegação de Salvador foi ao Benin, Pierre Verger defendeu a ida do único negro da direção da Fundação Gregório de Matos para a África, levava comigo toda a vivência de um Brasil europocentrico, e muita informação teórica sobre as diversas Áfricas, do passado e do presente, da luta contra o colonialismo, da presença do marxismo, do islamismo e das formas de candomblés existente no Benin e na Nigéria, o choque da realidade foi grande, vi as terras africanas, do alto do avião a respiração ficou ofegante, enfim estava na terra dos meus pais, e avós, e toda uma história especial, a casa dos espíritos.
Chegamos a Cotonou no Benin a capital moderna e um povo vibrante com muitas cores, muitas conversas em tom alto nas ruas, meu coração disparou estava nas terras dos meus ancestrais. O hotel Sheraton ocidental demais para a pobre capital foi o meu local de sono e de despertar muitas vezes na noite, parecia um sonho estar na África, acordei e junto com Arlete Soares, Pierre Verger, Roberto Dias, e seguimos para encontro com pessoas do governo local, e uma extensa programação por ruas mercados e cidades.
Foi tudo muito mágico e veloz, o que eu vi onde estive com quem falei quem falou para mim por mim, quem traduziu, Pierre Verger conhecia bem o país e as pessoas, falava varias línguas locais, Arlete Soares traduziu do francês para o português, traduzia e chorava com os encontros da minha história da Bahia com o que escutávamos das pessoas nas cidades, pude então realizar uma volta as raízes profundas da minha cidadania afro brasileira, fui as cidades de Ouidah, Saketê, Pobé, Porto Novo.
Em cada lugar um ritual, um sacerdote, uma árvore, pessoas que pareciam com meu pai, João Rodrigues, além da alegria dos descendentes de brasileiros de Oudiah na praça principal num dia de sol, eu era um deles, um jovem brasileiro negro, voltando ao Benin, mais de cinco mil pessoas na praça principal da cidade, gritando Bahia, Cidade Nova, Campo Grande, Bonfim, foi de arrepiar e os cumprimentos as pessoas africanas com os nomes de Silva, Soares, Rodrigues, Santos, que fizeram fila para falar com a delegação e ao jovem negro africano brasileiro que tinha voltado para dizer como estavam os outros negros do Brasil.
Na cidade sagrada de Ouidah, e em Sakatê morri e nasci de novo, emergiu dali um novo homem, um novo ser humano, na costa africana do Benin, o que eu ouvi, vi, os recados, as voltas que dei em torno da porta do não retorno, da árvore do não esquecimento, a visita ao templo da cobra Piton, e ao seu sacerdote, o homem marxista leninista deixou de existir e nascia um homem místico religioso devoto da tradição africana da justiça, o impacto do Benin na minha vida foi importantíssimo, decidi lutar contra o racismo com a força da justiça, com o vigor moral, de um combate contra a desigualdade, e pela igualdade para todos, trouxe simples presentes para minha mãe Dona Alice, e peças de madeiras para as pessoas do Olodum e amigos, que ironizavam de receber um presente de uma viagem internacional algo de madeira, trouxe livros e material que iria me ajudara fazer muitos carnavais.
O Benin mudou a minha vida, pois aprendi que somente homens e mulheres com garra e força suficiente para derrotar uma opressão podem ser livres iguais e soberanos de seus destinos. Chequei na África com os paradigmas daquela época, guerra fria, capitalismo, imperialismo, e passei a ver o mundo com outro olhar.
O Benin moldou os destinos do Olodum, que a partir de 1986 cresceu e se multiplicou como uma lança, uma estrela Sirius brilhante e com a influência do Benin vencemos a escravidão, já no carnaval de 1987, com as idéias de Cheik Anta Diop do Senegal, fizemos o melhor carnaval de um bloco afro em todos os tempos, sobre o Egito dos Faraós, brilho beleza e história nas ruas da Roma Negra.
Resgatamos a História, de João de Deus, Lucas Dantas, Manuel Faustino, Luis das Virgens da Revolta dos Búzios, criamos a primeira lei constitucional de ação afirmativa na Bahia em 1989, ajudamos as marchas e caminhadas por Zumbi serem populares, nossa ação em favor das cotas beneficiou muitos jovens que estão nas Universidades, fomos á luta, criamos uma agenda anti racista positiva e tocamos o coração do mundo com nossa música Samba Reggae.
Agora, o Benin veio à Bahia e se encontrou com o Olodum, com o samba reggae e com tudo que criamos de cultura pan africanista. Mesmo com a saudade dos nossos entes que estão no Orum, comemorei esta vitoria com olhos cheios de lágrimas e com alegria a nossa vitoria contra a escravidão com lutas e sonhos. Vamos dar um passo adiante para que os sonhos virem realidade.
Joao Jorge - 2009 .
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Sociedade... Direitos.. Realidade. Constituição do Estado da Bahia. 1989.
Sociedade... Direitos.. Realidade. Constituição do Estado da Bahia. 1989.
CAPÍTULO XXIII -
DO NEGRO
Art. 286 - A sociedade baiana é cultural e historicamente marcada pela presença da comunidade afro-brasileira, constituindo a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da Constituição Federal.
Art. 287 - Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
I - admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer processo licitatório da Administração Pública direta ou indireta;
II - manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais.
Art. 288 - A rede estadual de ensino e os cursos de formação e aperfeiçoamento do servidor público civil e militar incluirão em seus programas disciplina que valorize a participação do negro na formação histórica da sociedade brasileira.
Art. 289 - Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegurada a inclusão de uma da raça negra.
Art. 290 - O dia 20 de novembro será considerado, no calendário oficial, como Dia da Consciência Negra.
Cadê Davi?
domingo, 9 de novembro de 2014
A Etiópia .. Tema do Olodum 2015.
Etiópia A Cruz de Lalibela O pagador de Promessa
A Etiópia (em ge'ez: ኢትዮጵያ, transl. ʾĪtyōṗṗyā), oficialmente República Democrática Federal da Etiópia (ኢትዮጵያ ፌዴራላዊ ዲሞክራሲያዊ ሪፐብሊክ, transl. ye-Ītyōṗṗyā Fēdēralāwī Dīmōkrāsīyāwī Rīpeblīk) é um país encravado no Chifre da África, um dos países mais antigos do mundo. É a segunda nação mais populosa da África e a décima maior em área. O país faz fronteira com o Sudão e com o Sudão do Sul a oeste, Djibuti e Eritreia ao norte, Somália ao leste, e Quênia ao sul. Sua capital é a cidade de Adis Abeba.
Considerando que a maioria dos Estados africanos têm muito menos de um século de idade, a Etiópia foi um país independente continuadamente desde tempos passados. Um Estado monárquico que ocupou a maioria de sua história, a Dinastia Etíope, tem suas raízes no século X a.C..6 Quando o continente africano foi dividido entre as potências europeias na Conferência de Berlim, a Etiópia foi um dos dois únicos países que mantiveram sua independência. A nação foi uma dos apenas três membros africanos da Liga das Nações, e após um breve período de ocupação italiana, o país tornou-se membro das Nações Unidas.
Quando as outras nações africanas receberam sua independência após a Segunda Guerra Mundial, muitas deles adotaram cores da bandeira da Etiópia, e Addis Ababa tornou-se a sede de várias organizações internacionais focadas na África. Em 1974, a dinastia, liderada por Haile Selassie, foi deposta. Desde então, a Etiópia foi um Estado secular com variação nos sistemas governamentais. Hoje, Addis Abeba ainda é sede da União Africana e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África.
Além de ser um país antigo, a Etiópia é um dos sítios de existência humana mais antigos conhecidos por cientistas de hoje em dia que estudam os traços mais antigos da humanidade;7podendo potencialmente ser o lugar em que o homo sapiens se originou.8 9 10 A Etiópia divide com a África do Sul o posto de maior número de Patrimônios Mundiais da UNESCO na África (oito, cada país)
O país também tem laços históricos próximos com as três maiores religiões abraâmicas do mundo. A Etiópia foi um dos primeiros países cristãos no mundo, tendo oficialmente adotado-o como religião do Estado no século IV. O país ainda tem uma maioria cristã, porém um terço da população é muçulmana. A Etiópia é o sítio do primeiro Hégira na história islâmica e da mais antiga população muçulmana na África, em Negash. A nação também é o berço espiritual da religião Rastafari. Até os anos 1980, uma população significativa de judeus etíopes residiram na Etiópia. Além disso, o país tem, ao todo, cerca de 80 grupos étnicos diferentes hoje em dia, com o maior sendo o Oromo, seguido pelos Amhara, ambos os quais falam línguas afro-asiáticas. O país também é famoso pelas suas igrejas talhadas em pedras e como lugar onde o grão de café se originou.
No período após o derrubada da monarquia, a Etiópia transformou-se em um dos países mais pobres do mundo. Ela sofreu uma série de períodos de fome trágicos na década de 1980, resultando em milhões de mortes. Lentamente, no entanto, o país começou a se recuperar, e hoje a economia etíope é uma das que mais crescem na África.
Não é muito certo o quão velha é a palavra Etiópia, cujo uso mais antigo aparece na Bíblia em Gênesis, capítulo 212 como o lugar onde Adão e Eva viveram. E também em Ilíada, onde o nome aparece duas vezes, e em Odisseia, onde aparece três vezes. O uso mais antigo atestado na região é um nome cristanizado do Reino de Aksum no século IV, em escrituras de pedra do Rei Ezana. O nome ge'ez ʾĪtyōṗṗyā e seu cognato português são pensados por alguns estudiosos de serem derivados da palavra grega Αἰθιοπία, Aithiopia, de Αἰθίοψ, Aithiops ‘um etíope’, derivado, por sua vez, de palavras gregas que significam de "de rosto queimado".
No entanto, O Livro de Aksum, uma crônica em ge'ez compilada no século XV, alega que o nome é derivado de "'Ityopp'is" — um filho (não mencionado na Bíblia) de Cush, filho de Cam, quem, de acordo com a lenda, fundou a cidade de Aksum. Plínio, o Velho alega, igualmente, que o nome da nação deriva de alguém cujo nome foi Aethiops. Uma terceira etimologia, sugerida por pesquisadores etíopes recentes e o poeta laureado Tsegaye Gabre-Medhin, traça o nome às palavras "egípcias, velhas e negras": Et (Verdade ou Paz), Op (Alto ou Superior) e Bia (Terra ou País), sendo Etiópia a "terra de paz superior”.
No português e geralmente fora da Etiópia, o país também foi historicamente chamado de Abissínia, derivado de Habesh, uma forma árabe do nome etíope-semítico Ḥabaśāt, atualmente Habesha, o nome nativo para os habitantes do país (enquanto o país era chamado de Ityopp'ya). Em poucas línguas, Etiópia ainda é referido por nomes cognatos com Abissínia, por exemplo, à palavra árabe Al-Ḥabashah, que significa terra do povo Habasha.
O termo Habesha, a rigor, se refere somente aos povos Amhara e Tigré-Tigrínio, que historicamente dominaram o país politicamente, os quais juntos representam cerca de 36% da população da Etiópia. Algumas vezes, o termo é usado para designar os quase 45% da população etíope que usaram línguas semíticas desde tempos antigos, como os amáricos (30,1% da população), os tigrés (6,2%), os gurage (4,3%) e outras comunidades menores que falam línguas semíticas, como o povo Harari no sudeste da Etiópia.
Desde que a língua amárica tornou-se o idioma oficial do país, muitos da população da RNNPS e uma porção significante das regiões Oromia e Benishangul-Gumuz usaram-na como segunda língua. Em contraste, na Etiópia contemporânea, a palavra Habesha é frequentemente utilizada para descrever todos os etíopes e eritreus. Abissínia pode estritamente se referir à apenas as províncias do noroeste da Etiópia de Amhara e Tigré, bem como a Eritreia central, enquanto ela historicamente foi utilizada como um outro nome para a Etiópia.
A Etiópia também foi conhecida por ser considerada a terra dos Cush. O nome foi originalmente derivado do hebreu, para referir-se às nações da costa leste do Mar Vermelho. No entanto, a Bíblia é clara ao alegar que os povos Cush são atualmente etíopes. Quando Moisés referiu-se ao povo de Cush, ele se referia a uma nação parente dos egípcios. Por causa das relações políticas próximas do Egito e a Etiópia, ambas as nações, em um ponto da história sob o termo Cush, concordaram com os historiadores hebreus. Embora as intenções originais da palavra eram em referência a ambos os lados do Mar Vermelho, ficou demonstrado que partes da costa leste não são pertencem aos etíopes.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Festiquilombo 2014 - Novembro Olodum.
F E S T I Q U I L O M B O OLODUM
N o v e m b r o – 2014
Dia 03
Primeira novela Angolana "Windeck - Todos os tons de Angola” a ser transmitida no Brasil.
Tv Brasil.
19 horas no Forte de São Antonio.
Dia 05.
Campanha do Decênio dos afro descendentes
2015 - 2024
ONU - Unidade Africana. UA.
Dia 08
215 anos da Morte em Salvador dos Heróis da Revolta dos Búzios 1798
João de Deus, Lucas Dantas, Luis Gonzaga, Manuel Faustino.
27 anos do primeiro LP de Samba Reggae do Mundo.
Banda Olodum - Egito Madagascar.
Dias 09
Ensaio do Bloco Afro Olodum
Festiquilombo – Festival de Música Quilombola
Homenagem a Revolta dos Búzios e Angola.
Participação especial dos compositores semifinalistas e finalistas do FEMADUM 2015
O Festival de Músicas e Artes Olodum
Local: Praça Tereza Batista. Pelourinho. 14h
Dia 11
31 Anos de Independência de Angola Pátria Mãe de Milhões de Brasileiros
A Sagrada Esperança.
Dias 15, 22, e 29
. Ensaio Público da Escola Olodum – 31 anos.
Oficina Raízes do Samba Reggae com os Mestres Memeu e Gilmário
Praça do Estacionamento - Pelourinho, 14h
Dia 20
Dia Nacional da Consciência Negra.
*Zumbi dos Palmares 319 anos do Quilombismo. Caminhada da Liberdade.
*Campanha do Feriado Nacional no Brasil pelos Quilombos.
*Banda Olodum em entrevista na Rádio Sociedade AM. A\c
Dia 22
*Revolta da Chibata 1910
João Candido - O Almirante Negro.
*Dia dos Músicos
Dia 23
Ensaio do Bloco Afro Olodum
KWUANZA FEST
Escolha da Melhor Música - FEMADUM 2015
Praça Tereza Batista, Pelourinho – 14hs
Dias 26 a 28
.Juventude, Consciência e Auto Estima-Oficina de Percussão e Dança.
Mestre Pacote do Pelô.
Escola Municipal . Campinas de Pirajá - Pirajá, 14h
SAGRADA ESPERANÇA
( Vencedora do Festival 2006 sobre Angola)
Reconstruamos a nação Angola
A emoção vem à memória
“Minha pátria mãe país”
Exalto a resistência quilombola
Kifangongo Ginga heróica
Por uma Angola feliz
Olodum se joga ao mar
E faz a rota da historia
Alfa - Ômega a dançar
Vem das cinzas para a glória
Turbinando o rio Kwanza
É a luz de norte a sul
Rainha ginga na bandeira
Canta Angola Olodum
Refrão
Êh, áh, êh, áh, êh, êh, áh, êh, ah
“Na sagrada esperança nós havemos de voltar”
A capital de Angola é Luanda, Luanda, Luanda
E quem balança o Pelo
É o Olodumaré, maré, maré, maré, maré. (BIS)
Deus dos Deuses e o samba
Esse transe que arrepia
Veio de Angola escravizado
E hoje faz essa folia
É um legado quilombola
Que nos dá força pra vencer
É a resistência ativa
Que nos faz acontecer
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
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Olodum João Jorge Santos Rodrigues I will speak of the history, the struggle, and the trajectory of Blacks in Brazil. I want to explain w...